Ainda não foi a atuação que a torcida tanto esperava. Mas ao menos a vitória por 2 a 0 sobre Honduras serviu para a Espanha apagar a confusa atuação da estreia, na surpreendente derrota para a Suíça. Assim como no primeiro jogo, a seleção dominou completamente o duelo, criou inúmeras chances de gol, mas não deslanchou como esperava.
De qualquer forma, o resultado manteve a Fúria viva no Grupo H. Com três pontos e saldo de um gol positivo, assumiu a segunda colocação, à frente da Suíça, que tem o mesmo total, mas saldo zero. Assim, vai para cima do Chile na última rodada precisando de uma vitória, que, dependendo do outro resultado, pode ser suficiente para garantir o primeiro lugar.
Depois de passar em branco na primeira partida, David Villa finalmente brilhou. O atacante do Barcelona marcou os dois gols e chegou a 40 com a seleção. Na Copa do Mundo da FIFA, juntou-se a Luís Fabiano, Elano, Asamoah Gyan e Diego Forlán, mas poderia até ter se igualado ao artilheiro Gonzalo Higuaín se não tivesse desperdiçado um pênalti na segunda etapa.
Com a obrigação de vencer para seguir viva, o técnico Vicent Del Bosque promoveu mudanças na equipe titular. Andrés Iniesta, machucado, e David Silva foram substituídos por Fernando Torres e Jesús Navas, que passou a fazer a condução para o ataque. Apesar da escalação diferente, o que não mudou foi a postura: extremamente ofensiva, a equipe criou oportunidades claras desde os primeiros minutos.
Logo aos seis, Villa mostrou seu cartão ao goleiro Noel Valladares, acertando uma bomba de longa distância no travessão. Até os 15, outras duas oportunidades já haviam sido perdidas, com Sergio Ramos e novamente Villa. Na terceira do atacante, porém, saiu o gol. Em ótima jogada individual, ele passou pelo meio de dois zagueiros, cortou um terceiro e chutou no ângulo do goleiro, que se esticou e nada pôde fazer.
O gol serviu como alívio a um grupo visivelmente ansioso em campo. Mas os erros de conclusão seguiram se acumulando. Torres mostrou não estar em sua melhor forma, ao não aproveitar duas chances claras seguidas, a primeira de cabeça, quase dentro da pequena área, e outra em chute na linha da grande área.
O amplo domínio seguiu até o fim do primeiro tempo, com Honduras incapaz de incomodar o gol de Iker Casillas. Na volta do intervalo, a primeira jogada resultou em gol. Xavi Hernández iniciou a jogada pelo meio, passou para Navas, que encontrou Villa em condição de chutar. O atacante arriscou de longe e a bola ainda desviou na zaga, matando Valladares.
Com a vitória praticamente garantida contra um rival pouco eficiente, a Espanha partiu para tentar aumentar o saldo de gols. E teve a oportunidade de fazer após um pênalti cometido em Navas. Villa pegou a bola, respirou, mas errou o alvo.
Pouco depois, Del Bosque tentou outras duas cartadas colocando Cesc Fabregas e Ruben Mata nos lugares de Xavi e Torres. A Fúria seguiu em cima, tocando a bola muitas vezes dentro da área hondurenha, mas pecava nos passes finais. Quando chegou bem, com Fabregas, que chegou a driblar o goleiro, a zaga tirou quase em cima da linha.
Antes do apito, o mesmo Villa ainda quase marcou o terceiro. Com o placar enxuto, os espanhóis precisarão agora de muita concentração no duelo contra os líderes. Qualquer tropeço pode ser fatal para os atuais campeões europeus.
Ficha técnicaEspanha 2x0 Honduras
Local: Estádio Ellis Park, Joanesburgo Data: 21/06, segunda-feira Árbitro: Yuichi Nishimura (JAP) Público: 54.386 Gols: David Villa aos 17'/1T e aos 6'/2T (Espanha) Cartões amarelos: Danilo Turcios e Emilio Izaguirre (Honduras)
Espanha 1-Iker Casillas, 15-Sergio Ramos (17-Álvaro Arbeloa aos 32'/2T), 5-Carles Puyol, 3-Gerard Piqué e 11-Joan Capdevila; 22-Jesús Navas, 16-Sergio Busquets, 14-Xabi Alonso e 8-Xavi Hernández (10-Cesc Fàbregas aos 21'/2T); 7-David Villa e 9-Fernando Torres (13-Juan Mata aos 25'/2T). Técnico: Vicente del Bosque.
Honduras 18-Noel Valladares, 23-Sergio Mendoza, 2-Osman Chávez, 3-Maynor Figueroa e 21-Emilio Izaguirre; 19-Danilo Turcios (7-Ramón Núñez aos 18'/2T), 8-Wilson Palacios, 20-Amado Guevara e 13-Roger Espinoza (12-Georgie Welcome no intervalo); 15-Walter Martínez e 11-Humberto Suazo (10-Jerry Palacios aos 39'/2T). Técnico: Reinaldo Rueda.
NOTAS
ESPANHA
Iker Casillas: 5 - Raramente acionado em campo. Quando precisou, apareceu bem. Sergio Ramos: 5 - Apareceu e cruzou bastante. Mas seu índice de acertos foi baixo. Alvaro Arbeloa: 5 - Foi mais discreto do que Sergio Ramos. Apenas marcou. Carles Puyol: 5 - Mais seguro do que na partida contra a Suíça. Gerard Piqué: 5 - Concentrou-se mais em marcar, sem tantos avanços ao ataque. Joan Capdevila: 5 - Poderia ter avançado mais. Jesús Navas: 6 - Fez boas jogadas, como a do segundo gol. Sergio Busquets: 5 - Foi sereno na marcação. Xabi Alonso: 5 - Não foi tão eficiente nos passes. Xavi Hernández: 6 - Dos meio-campistas, foi quem mais produziu. Cesc Fàbregas: 5,5 - Entrou bem e deu novo ânimo ao time. David Villa: 7 - Dois gols, e sempre procurando jogadas. O centro do time espanhol. Fernando Torres: 4,5 - Está certo que voltava de contusão. Mas perdeu algumas chances. Juan Mata: 5 - Quase conseguiu seu gol no fim do jogo.
HONDURAS
Noel Valladares: 5 - Não teve culpa nos gols. Sergio Mendoza: 4,5 - Foi driblado facilmente no lance do primeiro gol espanhol. Osman Chávez: 5 - Começou mal na partida, mas subiu, evitando possíveis gols. Maynor Figueroa: 5 - O mais discreto da defesa. No caso, foi um bom sinal. Emilio Izaguirre: 4 - Não teve um bom dia. Deixou espaços para Sergio Ramos. Danilo Turcios: 4,5 - Permitiu que Xavi criasse jogadas. Ramón Núñez: 5 - Performance normal. Wilson Palacios: 5 - Até que tentou aparecer. Amado Guevara: 4,5 - Atuando mais atrás, não conseguiu ter uma boa atuação. Roger Espinoza: 5 - Não teve nenhum destaque em campo. Georgie Welcome: 5 - Avançou algumas vezes ao ataque. Walter Martínez: 5,5 - Foi quem mais procurou ser efetivo com a bola. Humberto Suazo: 4 - Poderia ter aparecido mais, chamado mais a responsabilidade. Jerry Palacios: 5 - Não fez nada notável em campo.
GOLS
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