quarta-feira, 5 de maio de 2010

A sirene tricolor

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Assim que Rogério Ceni perdeu o primeiro pênalti do São Paulo na disputa “lotérica” contra o Universitario, no Morumbi, a sirene tocou mais forte no ouvido de dois sãopaulinos em especial. Primeiro o próprio Rogério, que a cada dia é mais contestado pelas suas atuações recentes e declarações para a imprensa. Muitos dizem que o melhor para o experiente goleiro é mesmo a aposentadoria.
O tal som ensurdecedor tocou também – e ainda mais – no ouvido de Ricardo Gomes. Se a classificação para as quartas-de-final fosse para o brejo, o treinador iria de carona, com passaporte carimbado e fama de vilão. Gomes segue tentando achar a melhor formação para o time. Peca em substituições, em improvisos – tão criticados na Era Muricy, e na sua tática em si. A equipe tem qualidade, jogadores habilidos, mas o futebol tem sido burocrático demais.
Até que Rogério Ceni se redimiu e pegou dois pênaltis seguidos – Alva e Galvan – Labarthe bateu muito mal o quarto e a bola foi, vagarosamente, para fora. Enquanto isso Hernanes, Marcelinho Paraíba e Dagoberto converteram e selaram a classificação. A impressão que fica é que se o time peruano fosse um pouquinho mais forte, se tivesse um jogador de mais qualidade, o tricolor estaria em maus lençois.
O São Paulo controlou as duas partidas, o que era esperado, mas o nervosismo dos jogadores atrapalhava na hora de concluir. Nenhum golzinho em uma defesa como aquela. Apesar do Universitario ser presa fácil, o time tricolor quase deixou escapar a classificação pela própria culpa. São coisas que não podem acontecer em uma competição como a Libertadores.
Agora o time aguarda o duelo entre Nacional do Uruguai e Cruzeiro. A tendência é que o time mineiro passe e que tenhamos mais um duelo brasileiro, talvez com menos audiência que o dessa quarta, mas de maior importância, já que será nas quartas. No papel, Adilson Baptista e seus comandados têm vantagem. Em campo, isso pouco importa.
A incômoda sirene tocou por pouco tempo. Pelo menos na intensidade que estava. Rogério Ceni sai como heroi e ganha crédito para fugir das cornetas por um tempo. Já para Ricardo Gomes, o sinal de alerta segue lá, piscando, quase passando para o vermelho. Ainda dá tempo de fazer esse bom time jogar futebol.
 

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